
Preencha os campos abaixo para submeter seu pedido de música:

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) abriu, nesta segunda-feira (20), uma consulta pública para ouvir a população sobre o reconhecimento do ofício das tacacazeiras como Patrimônio Cultural do Brasil.
A proposta busca valorizar oficialmente essa tradição amazônica ligada ao preparo e à venda do tacacá, uma das iguarias mais emblemáticas da Região Norte.
Até o dia 19 de novembro de 2025, qualquer pessoa pode participar enviando opiniões, relatos, sugestões ou informações sobre o ofício tradicional das tacacazeiras.
As manifestações podem ser encaminhadas de três formas:
Por e-mail: conselho.consultivo@iphan.gov.br;
Por correspondência: Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural — SEPS 702/902, Centro Empresarial Brasília 50, Bloco B, Torre Iphan, 5º andar, Brasília-DF, CEP 70390-135;
Pelo Protocolo Digital: disponível no site oficial do Iphan.
Todas as contribuições serão analisadas pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, órgão responsável por decidir sobre o reconhecimento de bens culturais no país.
O tacacá é uma das comidas mais queridas e tradicionais da culinária paraense, servido quente em cuia, combina tucupi, goma de mandioca, camarão seco e jambu, ingrediente que causa a famosa sensação de formigamento na boca.
Mas o destaque agora não é apenas o prato, e sim o ofício das mulheres que o preparam e vendem nas ruas e feiras de Belém e de outras cidades amazônicas. O trabalho das tacacazeiras carrega saberes ancestrais, transmitidos de geração em geração, que mantêm viva uma parte importante da identidade cultural da Amazônia.
O pedido para registrar o Ofício de Tacacazeira começou em 2010, quando o Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP) solicitou sua inclusão no Livro dos Saberes, parte de um projeto que mapeia tradições relacionadas à mandioca no Pará.
Antes disso, em 2006, o ofício já havia sido identificado no Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC).
O processo ganhou novo impulso em 2024, com a elaboração de um dossiê técnico em parceria com a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa). O documento analisa a importância histórica, cultural e social do trabalho das tacacazeiras e reforça sua candidatura como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.
Após o fim da consulta pública, o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural se reunirá para avaliar as contribuições e decidir se o ofício das tacacazeiras será oficialmente inscrito como bem imaterial brasileiro — título que reconhece tradições e práticas sociais fundamentais para a cultura nacional.
Se aprovado, o registro colocará as tacacazeiras ao lado de outros patrimônios como o carimbó, o círio de Nazaré e o modo de fazer o queijo minas artesanal, reforçando o papel do Pará como um dos grandes guardiões da cultura popular brasileira.