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O Hospital de Campanha de Santarém (HCS), lançou nesta quinta-feira(18), o projeto da ‘’Cabine do Amor”. Que permite que pacientes com quadro clínico estável possam abraçar alguns familiares, tendo apenas um plástico de proteção separando o toque físico.
Em tempo de pandemia um abraço se tornou algo valioso e super desejado, principalmente para quem está em tratamento da COVID-19. O simples ato de envolver alguém com os braços e trazer para perto do peito pode liberar sentimentos capazes de acelerar na recuperação de quem está infectado.
Na manhã de hoje, foi realizada a primeira sessão na Cabine com cinco pacientes. Para participar houve uma seleção feita pelo diretor técnico do HCS, que definiu quantos pacientes estavam com condições clínicas de participar, este é o critério para as próximas sessões.
Através de uma cabine feita de compensado, uma cortina de plástico com entrada para quatro braços foi possível acontecer os abraços entre os familiares dos pacientes Raimundo de Almeida, Raimunda Maria Dos Santos, 60 anos, Dhome Fonseca,36 anos, Joanice Sousa, 65 anos, e a paciente Maria Inês de 68 anos. O momento foi marcado por alegria e muito aconchego de todos envolvidos.
Juliana Sousa dos Santos, filha da paciente, Joanice Sousa dos Santos, 65 anos, falou que estava muito ansiosa por este momento. Ela conta que não abraça a mãe há mais de 6 dias e nunca imaginou que esse simples gesto faria toda diferença para o seu emocional. “Quando a gente recebe uma ligação do Hospital, sempre esperamos a notícia da alta, que às vezes não acontece, mas para amenizar a dor e a distância veio essa do abraço. Saber que a gente vai poder ver e dar um abraço, que é algo tão simples, mas que estamos impossibilitados, conseguimos valorizar muito mais o abraço a partir desse momento”, finalizou.
O tão esperado abraço de Juliana e sua mãe foi marcado por muitas lágrimas de alegria e renovação de fé para a mãe da paciente. “É importante para mim receber esse carinho, eu ganhei mais força para lutar nesse tratamento”, enfatizou emocionada.
Segundo a psicóloga do HSC, Narjara Dantas, esse é um daqueles projetos que, desde que foi pensado, levou para toda equipe motivação e alegria, possibilitando um envolvimento natural. “A equipe fez questão de participar de todo processo, da confecção até essa primeira sessão. Para psicologia, possibilitar momentos em que se estimulam conexões emocionais positivas é muito importante para o processo de recuperação do paciente”, avaliou.
Ela lembra como iniciou a ideia do projeto. Segundo ela, fez umas pesquisas e viu que deu certo em outras cidades. “Eu percebi que não era algo difícil de fazer e que poderia ajudar no tratamento psicológico dos pacientes. A direção abraçou a ideia e junto da equipe fomos atrás de parceiros para confecção da cabine”, contou ela.
Os pacientes aptos clinicamente a participar são acompanhados pelo médico, por um fisioterapeuta e pela psicóloga. Segundo Narjara, uma vez por semana os pacientes serão conduzidos até a cabine onde poderão receber o amor de dois de seus entes queridos por 5 minutos, divididos entre eles.
De acordo com o Diretor Técnico da Unidade, Dr. Tardelio Torquato, os familiares e pacientes, sempre que houver uso da cabine, estarão usando luvas e capotes durante o contato. “Além da proteção, nós ficamos monitorando a saturação e a respiração dos pacientes, só participam aqueles que estão respirando em ar ambiente e estão estáveis”, reforçou.
A “Cabine do Abraço” nasceu da união de muitos profissionais. Entre eles, duas pessoas foram fundamentais na produção da cabine, a da psicóloga do HCS, Narjara, que além de idealizar o projeto, costurou a parte do plástico de proteção. O segundo foi Lucenildo de Oliveira, encarregado da empresa de alimentação da unidade. Ele se ofereceu para montar a cabine e usar suas habilidades de artista plástico para pintar a estrutura.
O artista plástico falou da inspiração que teve na hora da pintura. “Eu queria expressar o amor e por isso pintei com cores bem alegres. A frase escolhida foi a seguinte: “o melhor lugar do mundo, é dentro de um abraço”, essa frase fez diferença na arte”, avaliou.
Para o Gestor administrativo do HCS, Marcelo Henrique, a importância do projeto vai além do toque físico. “É o encontro do afeto, entrega, conexão, um remédio para a alma e coração. Essa ação humaniza o atendimento e fortalece quem está passando por esse momento tão difícil que é a luta contra a COVID-19. Toda equipe também recebe o carinho e isso é motivador”, finalizou.
Fonte: Ascom/HCS