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O hábito de ingerir medicamentos por conta própria tem preocupado os profissionais da saúde durante a pandemia. A farmacêutica do Hospital de Campanha de Santarém (HCS), Nádia Dias, explica que esse hábito de tomar remédio sem prescrição pode gerar diversos problemas como intoxicação, reação alérgica, além de mascarar os sintomas ou causar dependência. “Todo medicamento deve ser utilizado na dose e posologia correta”. Segundo Nádia a automedicação tem aumentado ainda mais nesse período pandêmico. Ela lista os tipos de medicamentos mais consumidos sem prescrição no último ano, entre eles, estão os antibióticos, anti-inflamatórios e antiparasitários.
Um levantamento feito pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF) mostra que as vendas da hidroxicloroquina, mais que dobraram, passando de 963 mil em 2019 para 2 milhões de unidades em 2020. O aumento foi ainda maior no caso da Ivermectina, atingindo 557,26%. Nádia alerta para o uso de antibióticos sem prescrição médica, como por exemplo, a Azitromicina. “O uso indiscriminado aumenta a resistência das bactérias no organismo. Já no caso do antiparasitário ivermectina, quando ingerido em excesso pode gerar efeitos colaterais como intoxicação, doenças hepáticas, hepatite medicamentosa, diarreia, vômitos, tontura e risco de falência do fígado”, enfatizou.
A especialista conta que o desconhecimento dos efeitos colaterais leva ao uso irracional, pois muitas vezes a prescrição médica e orientação do farmacêutico são substituídos por indicação indevida feita por familiares ou vizinhos. “É importante que as pessoas tenham o cuidado de não fazer uso de remédio sem a orientação do profissional, não tome medicamentos que o vizinho está tomando, pois apesar da semelhança nos sintomas os quadros de saúde podem ser diferentes e cada organismo reage de uma maneira”, pontuou.
De acordo com dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), o SINITOX, em 2015, foram registrados 24.549 casos de intoxicações por agentes farmacológicos, sendo este, a primeira causa dos envenenamentos no Brasil, o que representa 33,86% dos casos.