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Aldinailson Pereira da Silva, 29 anos, morador da comunidade Perímetro, no município de Monte Alegre, viveu momentos de terror na última segunda-feira (20), ao sofrer um acidente com “bufete”, arma caseira com ferro semelhante a uma espingarda. O ferro atravessou a região entre o pescoço e o crânio do jovem que foi atendido no Hospital Municipal de Santarém Dr. Alberto Tolentino Sotelo (HMS) por meio da Transferência Fora de Domicílio (TFD) e na madrugada de terça-feira (21), passou por exitoso procedimento cirúrgico. Após o susto, Adinailson afirma: “Eu sou um milagre.”
“Eu estava mexendo no bufete para caçar a noite, mas ele disparou e eu pensei até que tinham atirado em mim. O meu irmão e meu cunhado falaram que era o ferro da arma caseira. Todos ficaram desesperados, minha família estava perto. Quando eu toquei no ferro tive certeza que ia morrer, era só no que eu pensava”, contou Aldinailson, que é casado e tem 5 filhos.
O jovem afirma que também teve medo da forma como a notícia chegaria até a sua esposa, pois ela está grávida de gêmeos e é de risco. “Depois de algumas horas eu decidi que era melhor ligar, eu estava tentando manter a tranquilidade. Minha mãe também viu e todos começaram uma oração pela minha vida”.
Adinailson chegou ao HMS por volta das 2h da manhã de terça-feira (21), e de imediato foi avaliado pelo médico plantonista que pediu uma radiografia do crânio. Em seguida, o cirurgião geral Dr. Vinicius Savino avaliou e solicitou uma tomografia computadorizada com reconstrução 3D. O cirurgião vascular, Dr. Edvaldo Azevedo, também examinou o paciente e pediu uma ultrassonografia de partes moles. “Ele é um milagre, foi questão de menos de 1cm a distância da carótida interna, que é uma grande artéria que irriga o cérebro, se houvesse lesão nessa arterial ele morreria e não teria nem chance”, afirmou o cirurgião geral.
O Dr. Vinicius explica que o ferro transfixou a região inframandibular, fixando-se atrás do pavilhão auricular direito e fez um edema local. Os especialistas avaliaram que não havia comprometimento dos grandes vasos, entre elas, a artéria jugular, artéria carótida interna, externa, veia jugular interna e externa e por esse motivo, a cirurgia foi um sucesso.
“Eu tenho certeza que sou um milagre. Se não fosse Deus e a equipe de médicos e enfermeiros do Hospital Municipal de Santarém eu poderia ter morrido ou sofrido alguma sequela. Eu tive toda a assistência de vários setores, imagem, laboratório, vários médicos e todos muito empenhados em salvar a minha vida”, finalizou o paciente, que recebeu alta na manhã de hoje (22), após ficar dois dias em observação pós-operatório.