Preencha os campos abaixo para submeter seu pedido de música:
Decisões revelam uso irregular de contratos de imagem, reduções salariais e manobras contratuais na gestão do clube.
O Paysandu Sport Club, um dos times mais tradicionais da Região Norte, volta a enfrentar sérias acusações no campo jurídico. Decisões recentes da Justiça do Trabalho do Pará revelam que o clube teria adotado práticas irregulares em contratos e pagamentos, especialmente por meio do uso indevido de contratos de direito de imagem e de manobras para reduzir ou mascarar salários de funcionários e atletas.
As ações, analisadas pelas 12ª, 13ª e 17ª Varas do Trabalho de Belém, envolvem desde membros da comissão técnica até jogadores profissionais. O DOL teve acesso exclusivo a sentenças e despachos que confirmam a existência de fraudes contratuais praticadas durante a atual gestão.
Dois processos, movidos por Rodrigo Barroca Teixeira (ex-preparador de goleiros) e Igor Soalheiro (ex-fisiologista), mostram que o clube teria criado contratos paralelos de direito de imagem para disfarçar parte dos salários, com o objetivo de diminuir encargos trabalhistas e previdenciários.
No processo nº 0000239-47.2025.5.08.0012, julgado pela 12ª Vara, o juiz constatou que o Paysandu ultrapassou o limite legal de 40% previsto na Lei Pelé. Barroca recebia R$ 3 mil como salário formal e R$ 5 mil como “direito de imagem”, o que foi considerado fraude contratual. O magistrado determinou a integração de R$ 3,8 mil ao salário, com reflexos em férias, 13º e FGTS.
Na 17ª Vara do Trabalho, o caso nº 0000263-60.2025.5.08.0017, movido por Soalheiro, teve decisão semelhante. A juíza entendeu que não houve exploração concreta da imagem do profissional pelo clube, configurando desvirtuamento do contrato. O Paysandu foi condenado novamente, e o processo aguarda novo recurso apresentado pelo jurídico do clube.
Essas decisões se somam a outros processos trabalhistas envolvendo o Paysandu, que enfrenta graves problemas financeiros e administrativos. Entre 2024 e 2025, o clube já foi condenado ao pagamento de indenizações e encargos atrasados e acumula dívidas milionárias.
Enquanto tenta reverter as decisões na Justiça, o Paysandu também enfrenta pressão dentro e fora de campo, com desempenho ruim na Série B e forte cobrança da torcida por transparência e gestão responsável.