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Na manhã desta quinta-feira(9), os coordenadores de todos os setores da Saúde do município de Santarém, no oeste do Pará , estiveram reunidos no Centro de Informação e Educação Ambiental (Ciam) para traçar estratégias de prevenção, orientação e atendimento à síndrome de Haff, popularmente conhecida como ‘doença da urina preta’.
Estratégias definidas
Os órgãos acordaram que o Hospital Municipal de Santarém(HMS) será referência para o atendimento dos casos. Além disso, hospitais públicos e privados estão sendo alertados sobre os sintomas da doença e sobre os procedimentos que devem ser adotados para casos suspeitos ou confirmados da doença.
Toda a equipe de Saúde já está sendo treinada para diagnosticar os sintomas e, caso comprovado, já entrar com o tratamento de hidratação venosa que dilui a toxina e agiliza a função renal para eliminação através da urina.
A vigilância sanitária e a Secretaria Municipal de Agricultura e Pesca (Semap) irá se reunir com o setor pesqueiro e com a colônia de pescadores Z-20 para informá-los a respeito da doença e quais as medidas de precaução que devem ser executadas para evitar a contaminação dos peixes. Eles serão orientados sobre a correta forma de acondicionamento do pescado, já que a produção da toxina ocorre pelo má execução desse processo.
De acordo com a equipe de Saúde, as espécies de peixe mais vulneráveis a toxina são tambaqui, pacu e pirapitinga.
O prefeito Nélio Aguiar salientou que Santarém está em estado de alerta e não de pânico. “Já estamos agindo nas frentes, a população não precisa se aterrorizar, mas precisa se informar sobre os sintomas. Quem consumiu os peixes das espécies vulneráveis, se sentir dores no corpo, dores musculares, na nuca, no ombro após 2 horas ou até 24 horas após ter ingerido deve procurar a UBS do bairro ou o HMS para verificar se está com a toxina no corpo. Nossa equipe de Saúde já está sendo treinada e o setor pesqueiro orientado.”
As ações foram definidas com a presença dos representantes do Hospital Municipal Dr. Alberto Tolentino Sotelo (HMS), Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24h, coordenadores das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Núcleo de Vigilância em Saúde, Vigilância Sanitária, Vigilância Epidemiológica, Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e Atenção Básica.
Sobre a doença
A doença é causada por uma toxina que pode ser encontrada em determinados peixes como o tambaqui, pacu e pirapitinga. Quando o peixe não foi guardado e acondicionado de maneira adequada, ele cria uma toxina sem cheiro e sem sabor. Ao ingerir o produto, mesmo cozido, a toxina provoca a destruição das fibras musculares esqueléticas e libera elementos de dentro dessas fibras no sangue, ocasionando danos no sistema muscular e em órgãos como os rins.
Ocorre extrema rigidez muscular de forma repentina, dores musculares, dor torácica, dificuldade para respirar, dormência, perda de força em todo o corpo e urina cor de café, pois o rim tenta limpar as impurezas, o que causa uma lesão na musculatura. A doença causa muitas dores musculares, lembrando a dengue, porém sem febre.
Os sintomas costumam aparecer entre 2 e 24 horas após o consumo.